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A revista Semana Ilustrada, de Belém do Pará, elucida sobre o cotidiano da vida paraense de uma forma bastante crítica e satírica. Fundada em 1887, por Crispim do Amaral (1858-1911), este periódico abordou jocosamente hábitos e personalidades da sociedade belenense. Conhecido por suas inúmeras habilidades artísticas, Amaral foi pintor, escultor, decorador, cenógrafo, desenhista, aquarelista, caricaturista, ator e músico (flautista) de ótima execução, realizando e participando de saraus e concertos em Manaus e Belém. Trabalhou como caricaturista em diversos jornais, tais como A Semana Ilustrada (1887), O Malho (1902), A Avenida (1903), O Pau (1905), O Século (1910-11). A Semana Ilustrada - criticavam duramente personalidades importantes, ícones políticos e cenas do cotidiano. A escolha pela revista privilegia o periódico em que o artista teve mais participação, com significativa repercussão em seu tempo. Trabalhou no jornal O Estafeta, publicado em 1879, na cidade de Belém, tem como edição e lançamento do próprio Crispim do Amaral. Constam nesse jornal os primeiros traços e desenhos - de acordo com Vicente Salles (1992), O Estafeta marca o debut de Crispim do Amaral no universo das caricaturas. Ainda de acordo com Salles, logo após a sua saída na direção da revista Semana Ilustrada, assume então o seu irmão, Manuel do Amaral. Pouco se conhece sobre a sua biografia, mas Manuel do Amaral foi bastante produtivo, chegando a superar a produção de Crispim do Amaral, destacando-se diversas produções como caricaturas, alegorias, desenhos de costumes do povo, documentários, retratos, etc. Neste artigo serão apresentadas um pouco sobre as caricaturas que cercam a obra gráfica de Crispim do Amaral, que utilizou-se referências musicais na construção das caricaturas e desenhos de Manuel do Amaral  das festividades do Círio de Nazaré e representações musicais nas ruas de Belém.

 

Palavras chave: Crispim do Amaral; Manuel do Amaral; caricaturas; Iconografia Musical; Belém