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O presente trabalho apresenta um conjunto de charges, estampadas em cinco diferentes revistas ilustradas brasileiras (O Figaro, O Mequetrefe, O Mosquito, Revista Illustrada, e Semana Illustrada), alusivas à estreia do Requiem de Verdi no Brasil, no ano de 1876. Uma importante conquista de Arthur Napoleão no meio musical fluminense no último quartel do século XIX foi estrear o referido Requiem deste lado do Atlântico. A obra tivera sua estreia mundial em 22 de maio de 1874, em Milão. Menos de dois anos após, estava sendo apresentada ao público da corte no Rio de Janeiro. Emana das fontes a informação de que  Arthur Napoleão recebeu a incumbência pelo próprio imperador Dom Pedro II na ocasião em que se encontraram em um dos concertos da Philarmonica Fluminense, episódio que se encontra registrado nas Memórias. Desde as primeiras intenções de levar a palco essa significativa primeira audição, os movimentos em torno desse projeto se fizeram notícia nos periódicos fluminenses. Interessante perceber que não apenas a imprensa de grande circulação (periódicos diários), mas também os periódicos ilustrados se dedicaram a cobrir esse evento. Importantes ilustradores em atividade no período, considerado como o auge das revistas ilustradas no Brasil, tiveram seus trabalhos alusivos à empreitada de Arthur Napoleão estampados nos respectivos periódicos em que atuavam. Como ressalta a bibliografia especializada, em “terras de fracas letras, população escrava, forte censura e iniciante mercado consumidor”, as revistas ilustradas “espelharam o cotidiano do país e marcaram nossa formação”, valendo-se do humor e do chiste, sobressaindo, assim, entre a publicação periódica da época (Martins; Lucca, 2006). A quantidade de material relativo à música que se encontra em meio a essa produção artística de características singulares revela o quanto a imagem sobre a música e os músicos circulou a partir deste gênero periodístico, num contexto sócio-histórico em que a fruição da imagem por meio de outras tipologias, como quadros, estátuas e fotografia, era prazer de poucos (Morel; Barros, 2003, p. 66). Nesta oportunidade apresentaremos a sistematização dos dados relativos à abordagem do conjunto iconográfico delimitado a partir da metodologia Volpe (2022) e possíveis desdobramentos analíticos, a partir dos estudos sobre a charge.

periodismo musical; século XIX; Requiem (Verdi); caricatura; musicologia histórica; iconografia musical